Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Jonasnuts

Jonasnuts

Há 30 anos, como agora...

Jonasnuts, 24.02.14

Ah, porque as pessoas mudam, com a idade. Ah, porque na adolescência ainda não temos a personalidade bem formada. Ah, com a idade as coisas esmorecem e esbatem-se.

 

O tanas.

 

Em arrumações, recupero o relatório do meu exame de orientação vocacional, que tem a data de 15/07/83

 

"O exame psicológico da Jonas (enfim, o meu nome completo) com vista à sua orientação escolar e profissional, revelou:

 - Um nível intelectual geral muito acima da média para o seu grupo etário.

 - Aptidões específicas bastante acima da média para o seu nível escolar em raciocínio abstracto, raciocínio verbal, velocidade e exactidão burocrática (?), raciocínio mecânico, aptidão espacial e velocidade perceptiva, encontrando-se ligeiramente abaixo da média a sua aptidão numérica.

 - Interesses muito elevados por actividades ao ar livre, revelando também interesses científicos e de serviço social, literários e mecânicos, sendo os domínios burocráticos, autoritários e contabilísticos objectos de profunda rejeição.

- Um desempenho escolar bastante aquém das suas reais capacidades.

 - Comportamento afável e extrovertido.

 - Gosto e facilidade em estabelecer contactos sociais.

 - Uma certa imaturidade e deficiente noções das responsabilidades."

 

O resto não interessa, porque eram recomendações no âmbito académico e profissional que se revelaram, essas sim, um tremendo tiro ao lado.

 

Ponham de parte a cena do acima da média, que não é isso que me encanta. O que me encanta é que aos 15 anos (na realidade, 14 e meio, faria 15 em Dezembro), eu já era muito do que sou hoje, diria mesmo que já era a maior parte (o que assinalei a bold, mata-me):

 

"revelando também interesses científicos e de serviço social, literários e mecânicos, sendo os domínios burocráticos, autoritários e contabilísticos objectos de profunda rejeição."

 

Se eu pudesse voltar atrás, e falar com aquela miúda de 14 anos e meio, diria, keep up the good work (e dizia-lhe outras coisas, mas isso agora não interessa para nada).

 

PS: Merda do relatório, escrito por uma psicóloga de colégio particular, está cheio de erros de ortografia.

2 comentários

Comentar post