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Jonasnuts

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E depois não querem que eu seja pirata.....

Jonasnuts, 13.06.12

Os que acompanham este Blog com mais regularidade sabem que me impus um desafio de monta. Sendo uma leitora quase compulsiva, um dos desgostos que tenho é que o meu filho de quase 14 anos não goste de ler.

 

Depois de anos de tentativas, seguindo uma estratégia de deixa lá ver se encontro alguma coisa que lhe caia no goto e lhe plante o bichinho, decidi mudar de estratégia, e agora vou investir na estratégia da obrigatoriedade.

 

Vai ser obrigado a ler, no mínimo, uma hora por dia. Tenho tentado esmerar-me na escolha dos livros que o vou obrigar a ler. Mais vale que sejam coisas que lhe possam agradar. Pedi ajuda, aqui no Blog, e uma das sugestões que me chegou pareceu-me muito interessante, O Diário Secreto de Adrian Mole. Tendo em conta que o puto gostou do Diário de um Banana, o Adrian Mole pareceu-me um passo no sentido certo.

 

Toca de ir à procura do livro. Para comprar, evidentemente. Várias livrarias depois, a resposta é sempre a mesma: "Quem vendia isso era a Difel, que foi à falência, agora só se for num alfarrabista, embora não seja livro de alfarrabista".

 

E agora? Mais uma vez, eu quero comprar um livro, deve ser da minha pontaria, mas parece que quero sempre comprar livros que não há à venda.

 

Eu quero comprar. Não tenho resposta por parte do mercado editorial português (mais uma vez). Restam-me duas opções. Ou compro em inglês (não sei se o inglês do puto chega para o Adrian Mole) ou pirateio.

 

Eu não gosto de piratear. Ainda não desisti. Vou continuar à procura. Mas, caramba senhores da APEL, em vez de gastarem dinheiro com estudos alegadamente idiotas mais valia protegerem os vossos associados, ensinando-os a disponibilizar PARA VENDA aquilo que as pessoas procuram. Senão ficam sem argumentos para falar contra a cópia privada e contra a pirataria (que são coisas diferentes). Se vocês não tratam de fornecer uma alternativa legal, querem que a malta deixe de ler ou passe a ler em inglês?

 

Se eu for obrigada a piratear o livro, eu aviso, aqui.

Os portugueses lêem pouco? Bora taxar as bibliotecas

Jonasnuts, 12.05.12

Transcrição de uma das muitas frases possíveis, do site do plano nacional de leitura:

 

"Os resultados globais de estudos nacionais e internacionais realizados nas últimas duas décadas demonstram que a situação de Portugal é grave, revelando baixos níveis de literacia, significativamente inferiores à média europeia, tanto na população adulta, como entre crianças e jovens em idade escolar."

 

"A situação é, sem dúvida, preocupante. No entanto, tanto a escola como as bibliotecas têm procurado intervir na promoção da leitura. E na verdade, nas últimas décadas, assumiram um papel central, desenvolvendo actividades destinadas a cultivar o interesse pelo livro e o prazer de ler."

 

 

Assim sendo, fazem todo o sentido as palavras do secretário de estado da cultura, Francisco José Viegas:

 

“Noutros países, as bibliotecas têm uma contribuição decisiva para o direito de autor, para as sociedades de gestão do direito de autor, porque têm de pagar pelos livros requisitados nas bibliotecas. Em Portugal ainda não foi adoptada essa directiva, mas, a breve prazo, terá de ser.”

 

É bom ver que o nosso governo tem os seus objectivos e prioridades bem definidos.

 

Para este governo, é mais importante sacar mais algum aos portugueses, para recompensar uma indústria que não se mexe, do que incentivar à leitura.

 

Não surpreende, é um facto, mas chateia.

 

ADENDA: Ler também o que a Paula Simões escreveu acerca da forma que os senhores da APEL usaram para chegar à brilhante conclusão sobre os 40 milhões de euros de prejuízo (no estudo referido pelo secretário de estado).

Cara Apritel

Jonasnuts, 04.05.12

Depois do banho maria em que foi submerso o PL118, chamo a vossa atenção para mais trabalhinho de casa que vão ter de fazer, nomeadamente para a versão alternativa da coisa, desta vez apresentada pelo PCP.

 

Não, Apritel, não lhe chamam cópia privada, mas tirando o nome, o cheiro é mais ou menos o mesmo. Propõem a criação duma taxa, adivinhem lá sobre o quê? Pois é isso mesmo, sobre o acesso à internet. Taxa a ser paga pelos ISPs.

 

Eu vou ler a coisa com mais atenção, e conto escrever sobre o tema, mas com alguma calma. Não queria deixar de vos fazer chegar a informação, para que vocês possam ir jogando na antecipação (ao contrário do que aconteceu com o PL118, não é?).

 

Não tem de quê.