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Jonasnuts

Jonasnuts

Expliquem-me como se eu fosse muito burra.

Jonasnuts, 28.04.10

Por motivos profissionais (e não só) é necessário que me mantenha atenta ao dia-a-dia e à actualidade noticiosa (embora nem sempre jornalística) do país e do estrangeiro. Assim sendo, tem sido incontornável, de há uns tempos para cá, esta coisa da crise.

 

E eu leio os blogs políticos, e os blogs de economia, e os blogs que não são nem uma coisa nem outra mas que também mandam os seus bitaites sobre o que deve ser feito e o que não deve ser feito, mas fico sempre com a mesma dúvida, e assalta-me sempre a mesma pergunta:

 

A dúvida é "mas que raio se está a passar?", e a pergunta é "mas estes gajos acham que as pessoas normais percebem o que eles dizem?"

 

Bom, no fundo são duas perguntas.

 

É para os autores desses posts, e desses twits, e dessas notícias que gostava que servisse este post.

 

Especulação, ratings, bolsa, manobras, estratégia, despesa, mercados, e demais jargões económicos são palavras que os portugueses conhecem, mas noutros contextos.

 

Especula quem inventa coisas, os ratings são rankings e os que importam são os da UEFA, a bolsa é onde se guardam os trocos, as manobras são de diversão, a estratégia é a que o Jesus vai adoptar para o porto-Benfica, os mercados abrem duas vezes por ano e é onde os clubes compram jogadores, ou então são aqueles onde as mulheres vão às compras do peixe.

 

Ainda não vi (se calhar é erro meu) alguém que explicasse isto de forma a que os comuns mortais conseguissem perceber, sem dogmas do "é assim porque é assim", ou sem paternalismos "isso é muito complicado e por isso não interessa".

 

Eu gostava que alguém explicasse (ou me indicasse o link onde se explica) esta coisada toda, em termos que eu consiga perceber e apreender. Usem analogias, metáforas não, que dá muito trabalho e baralha.

 

Uma coisa simples que meta galinhas e porcos, ou jogadores de futebol, ou economia doméstica básica, um "the crise for dummies" (tenho boas experiências com o "Knitting for dummies"). Uma coisa para as pessoas simples, como eu.

 

Eu não sou burra, já percebi que é mau, e já percebi que vai custar a todos (bom, a uns mais do que a outros, e eu devo estar no grupo dos uns), e que a coisa está preta. Ainda não percebi é o que é que posso ou devo fazer. Comprar casa? Vender casa? Arranja um cão? Será preferível um gato? Trocar de carro? Pôr o puto no ensino público? Levantar o dinheiro do banco? (não faria diferença a ninguém, infelizmente), jogar no euromilhões? Aumentar a dose do anti-depressivo? Ter mais filhos para assegurar a minha velhice? Emigrar?

 

Ou viver a minha vidinha como tudo corresse normalmente, fingindo que percebo tudo, mas sem perceber uma porra do que se passa?

 

É que se querem que eu faça sacrifícios, é bom que me contem a história desde o princípio. Não é que não faça os sacrifícios na mesma, já que, cheira-me, vão ser mais impostos (nas duas acepções da palavra) do que propriamente pedidos, mas se calhar, terei mais disponibilidade para os fazer, se perceber porque é que são necessários.

 

Muito agradecida.

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