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Jonasnuts

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Feminismo

Jonasnuts, 07.10.11

Já ando com esta encasquetada há uns tempos, mas o Nobel da Paz atribuído hoje a 3 mulheres trouxe-me ainda mais dúvidas.

 

Eu sou feminista. Sou feminista porque penso que ambos os sexos, com as suas diferenças, devem ser tratados com o mesmo grau de exigência, com a mesma justiça, os mesmos direitos, as mesmas responsabilidade. Enfim, nada de novo, por aí.

 

Mas é fácil, para mim, pensar e sentir, desta forma politicamente correcta. Fui educada dessa forma. Vivo numa sociedade onde os direitos das mulheres têm evoluído (ainda há muito por fazer, mas tem havido evolução). Sobretudo, têm mudado as mentalidades. Vivo num país ocidental. Tenho acesso a meios de comunicação. Vivo num país livre. Sou filha duma mãe pioneira na sua área (a publicidade, já agora), sou neta de mulheres que, cada uma de sua forma (uma mais que outra, mas mesmo assim) sempre pensaram nelas próprias como iguais, não como inferiores.

 

Não sou, portanto, uma surpresa. Tudo à minha volta apontava para este caminho. Não há grande coragem, ou um grande salto mental, meu, por pensar como penso.

 

A dúvida que me assalta, e que nunca esclarecerei, é; e se eu tivesse nascido numa sociedade diferente? E se eu tivesse crescido com tudo à minha volta a dizer-me que eu era inferior? E se, desde pequenina, eu tivesse sido habituada a ver nos homens seres superiores e nas mulheres seres inferiores?

 

Seria capaz de pensar diferente?

 

É tão fácil, olharmos para as burqas ou, não indo tão longe, para a mulher que apanha do marido e se vai mantendo casada, e pensar "se isto fosse comigo partia a loiça toda".

 

É essa a dúvida. Será que partia?

4 comentários

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    Jonasnuts 08.10.2011

    Não sei qual é a sua definição, para feminismo, mas, e citando o exemplo português, que está (felizmente) muito longe de ser o mais grave, um país onde, de forma generalizada e por sistema, se paga às mulheres menos do que paga aos homens, para o exercício de iguais funções, é um país onde o feminismo, na minha definição, ainda é preciso.

    Um país que cujo sistema judicial liberta (ou condena levemente) os culpados de violência doméstica e de violação (cujas vítimas são habitualmente mulheres) é um país onde o feminismo ainda é preciso.

    E eu podia continuar, mas cheira-me que seria uma perda de tempo. Porque o senhor, evidentemente, adora mulheres, e precisou de fazer essa declaração, da mesma forma que os racistas dizem que têm imensos amigos de cor.
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    Anónimo 08.10.2011

    Pois é...jonas, veja lá como lhe descobri a "careca":

    Neste Portugalsinho, os portugas e as porteguesinhas, acham que violência doméstica só existe quando o esposo bate na esposa. O contrário, deve rá ser violência industrial...!

    Quando a mulher e são muitas pôe os cornos ao marido. Não é violência doméstica. É adultério.

    Trabalhei e trabalho em empresas, onde houve e há muitas trabalhadoras e sei como muitas delas chegam a determinados lugares de topo nas empresas. Não será antes de mais violência doméstica?
    Algumas mulhres: conhece-las, amá-las e comê-las!

    Muitas delas juntam-se a velhos com mais de 40 anos de diferença. Gostam deles...€€€€ você para mim vem de carrinho!

    Mário Rui

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    Jonasnuts 08.10.2011

    Apre, que é burro.

    Eu transcrevo "(cujas vítimas são habitualmente mulheres)". Habitualmente não significa sempre.

    E gosto particularmente do "Não é violência doméstica. É adultério.". Para si há razões que justificam a agressão, é isso?

    E deve-lhe fazer muita confusão, as mulheres a diferença de idades entre caisais....onde é que já se viu, mulheres com homens 40 anos mais velhos. Já homens com mais de 40 anos que as mulheres, é amor.

    Sabe? É precisamente por causa de pessoas como o senhor que eu continuo a achar que o feminismo, mais do que um direito, é uma obrigação.

    Burro.
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